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segunda-feira, 16 de julho de 2007

MARTA


Marta

Marta perdeu-se nos seus pensamentos
E entrou cada vez mais dentro de si
As pessoas chamavam, os pais choravam
O irmão se debatia
Marta nada sentia
E a cada dia, aumentava o desespero
Tal como gelo que se derrete
Tal como água que se evapora
A antiga Marta foi-se embora
Para algum lugar que talvez nem exista
E por mais que a família insista
Ela parece que não voltará

Marta abre os olhos
Um sorriso estranho cobri-lhe a face
Todos fazem festa
O irmão pula de alegria
Sem jamais prever a agonia, deste trágico despertar
Marta desconhece a todos
Palavras sem nexo são balbuciadas
Os olhos perdem –se em alguma imensidão
Ela não voltou, não pode ter voltado
O olhar dos familiares
Agora revoltados
E a felicidade sinistra da moça
Um ar de santa virgem mistura-se a de meretriz
Não fui culpa dela, não foi ela quem quis...

YON, 12/07/2007

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