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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

praguejar

Proliferem sem parar, pragas! Os nomes não as podem conter. E os números não as podem contar. Sigam e façam o que é preciso. Continuem enchendo o mundo. Os higienistas são deveras ralos e fracos. As margens precisam de vocês, pragas! Muitas destruições são necessárias. E vocês sempre resistem. Cismaram que querem viver. Os escombros se movimentam continuamente. Pragas absurdas... vocês que sentem o gosto de sangue nas bocas feridas, e ácido nas veias. Pragas! Que se movem feito nuvens subterrâneas. E que despedaçam as ordens. Que bom, vocês ainda existem! Nunca vão parar enquanto as células se multiplicarem. Não precisam de memória, etiquetas ou estabilidade. Areia no vento. Inseticidas, Napalms, propagandas, fármacos, homens de branco: nada pode parar a proliferação. Vocês nunca tiveram um alvo só. Nem hierarquia. Nem sossego. Mas é isso mesmo. Destroçam as homeostases. Força virulenta da escória, do lixo meio silencioso. Que arrasem tudo! Tudo mesmo. Dizem que é delírio. Que seja, também! Pragas... pragas nervosas. Respirem a lucidez da selvageria. Escancarem de vez as portas desse céu feio e grande. E entupa-lhe os bueiros por onde a vida escorre.

gafanhotos verdes