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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Há muito

Há muito que as grandes datas não me dizem nada!
Sinto umas coisas meio estranhas demais nesses momentos
Um certo veneno me atinge, me embriaga
Deixa-me meio dormente, meio sonolenta
Como se afundasse num mar de algodão indelevelmente branco
Como se rolasse num campo de rosas inertes, que não me arranham, nem cheiram
Acho que sou transportada para outras luas, desertas
Habitadas apenas pelo vácuo e por alguns ecos
Hoje é uma desses dias
Fui arrebatada para o longe, há muito
Não existe decisão para essas coisas
Sou envolvida por uma névoa leve, entorpecente e sem cor
Que me invade o corpo todo
Essas datas importantes
E dias de fuga e solidão...


Ana Laura Navegueiro

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Eu não tenho nada a dizer...
No meu íntimo, mil terremotos assolam o meu ser ...Dizem que isso é doença
Eu prefiro acreditar que não é nada
é simplesmente eu ...
Eu nú
Eu despido de mim mesmo
E não tenho nada a dizer
Os poetas querem chamar atenção para si
E não conseguem se enxergar
Eu não me vejo
Como falar de mim se não sei quem sou ??
Seria muita audácia, ou antes, muita hipocrisia
Mas me atrevo a escrever
Quero compartilhar minha ignorância
Quero sinalizar que estou perdido
E não confio em ninguém ...