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sábado, 8 de março de 2008

Janelas

Foto: Sebastião Salgado


Pelo buraco na parede, salto na realidade que passa.
Nessa fresta, a luz das cores inunda a curiosidade.
Em frente à janela perdida em sua abertura,
há milhares de outras olhando pra cá.
Que escrevem paisagens alheias como as que são desenhadas daqui.
Corte em qualquer parede, que recorta um universo cortante...
Fere os sentidos, abre chagas na pele da sensibilidade.
Realidades que se sobrepõem incessantemente.
Correnteza de imagens, texturas...
Espetáculo devorando, incompreendido em movimento.
Que por vezes inventa estátuas e sons de sinos pontuais.
Fenda estática que me percorre, e empurra para direções desorientadas.
Buraco na parede que salta em mim, quando não passo.
Absorve traços e tonalidades de tudo
Janela que engole paredes.

Maicon Barbosa

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