Após um soco no estômago, desferido pelo vigor do acaso, estou num ponto de ônibus, em algum lugar do mundo. Não sei se esse espaço acontece numa data. Acho que é uma data imprecisa, imemoriável. Talvez não, nunca. Observo algumas pessoas que estão por perto; todos sempre se entreolham estranhamente nesses instantes. Não há conhecidos. Os rostos assumem expressões cerradas, com densidades quase insuportáveis. Sinto o frio vindo das faces, sobretudo da minha. Um gelo glacial, meio lívido, que ameaça derreter às vezes. O asfalto ondula sob a dureza do sol que inunda. Carros passam. Outros bichos também. Nada de ônibus. Certamente ele fora abduzido! Olhei e vi coisas que acontecem debaixo do sol. As estátuas de sal também estavam lá, salgando.
Maicon Barbosa
Um comentário:
Certamente nós fomos abduzidos...
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