quarta-feira, 11 de julho de 2007
Escrivaninha
Da minha escrivaninha de frente para o mundo
Eu contemplo o vazio de tudo
A total falta de sentido com que o mundo ameaça-me
Complexos que me espreitam e iludem-me
Da minha escrivaninha de frente para tudo
Eu busco a potência existente no nada
E contemplo a minha total falta de vocação para a vida
Será que sempre chego atrasado
Para tudo que me espera?
Ou, na verdade, nada nunca me esperou?
Será que alguma coisa que aconteceu comigo tinha algum propósito?
Ou o propósito de tudo é não ter sentido algum?
Nunca consegui o que queria
Talvez não tenha conseguido por não saber o que era
Ou quem sabe eu tenha conseguido, mas não era para mim
Foi para os outros...
Contudo, agora parece tarde
Não me vale lamentações nem saudades
Pelo menos as ilusões já não me convencem
E as fantasias passam longe de mim.
Yon Macedo
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