Ana Laura Navegueiro
sábado, 23 de outubro de 2010
Qualquer coisa
Ana Laura Navegueiro
domingo, 17 de outubro de 2010
meio de noite
O som que retinia na madeira velha e seca incitava uma nova embriaguez conhecida. Os graves incendiando a noite de sábado, agora vazia de gente. Aquele corpo de cordas trêmulas e mal tocadas se grudava à pele embebida em desejo. Música! Palavra alguma conseguiria se aproximar daquele instante marginal, em que o corpo ébrio só queria deitar no chão frio. Solos e solidões embalam essa noite transgredida. Solos que arranham a alma. Solidões povoadas de tantas coisas... tantas e tantas gentes, cheiros, esquecimentos. O som de piano alastra, queima as pestanas do escuro. Quem ousaria dizer o que se sente? Como é que se coloca aquilo que esfola a pele num papel?
maicon barbosa
sábado, 16 de outubro de 2010
Fragmento
A mesa posta e farta. Sorrisos contidos iluminam a antes obscura sala. A loucura, doravante, não é mais convidada a temperar a ceia. Agora, o asseio de tudo é percebido na limpidez das palavras, no comedimento do ar que circula, circunda e adentra no lar. Tudo cheira comida e austeridade. Nada trás saudades dos incensos insensatos que outrora invadiam as narinas e aprisionavam o coração.
Yon